quarta-feira, 1 de junho de 2011

Movie Comics #4 - Hulk (2003)

"Sabe o que mais me assusta? Quando eu não consigo mais dominá-lo, quando aquela coisa me domina, quando eu perco o controle... eu gosto disso."

Em 2003, os olhos da indústria de entretenimento estavam voltados para aquele filme que prometia igualar ou até mesmo superar o sucesso de Homem-Aranha. Tão famoso quando icônico, o incrível Hulk é facilmente reconhecido em qualquer época, e em qualquer mídia. Seja nos gibis, nos desenhos animados ou no saudoso seriado dos anos 70, Hulk era um ícone da Marvel, e portanto a chegada da sua primeira grande super produção foi aguardada com bastante fervor por fãs, não-fãs e críticos de cinema.

No fim das contas, infelizmente quase todo mundo saiu decepcionado. E Hulk quase afundou nas bilheterias do mundo todo.





O diretor Ang Lee, recém egresso do sucesso de Tigre e o Dragão, estava com o nome em alta em Hollywood e a Marvel decidiu contratar ele pela sua sensibilidade em mesclar ação com temas mais humanos e palpáveis. Mas não estamos falando de um thriller psicológico com toques de ação. Falamos de uma adaptação de um gibi de pura ação e aventura, e pois amargurado que seja o protagonista Bruce Banner (Eric Bana), o cineasta não precisava ter transformado Hulk numa experiência tão depressiva e séria. E estamos falando de um personagem principal que é verde, gigante, fortão e usa shorts roxo!



No roteiro do filme (escrito por John Turman, Michael France e James Schamus), Bruce Banner já nasceu com a mutação que lhe transformará no Hulk, graças a genética de seu pai, o cientista insano David (Nick Nolte), que testou um componente de fator de cura em si mesmo, e passou para o seu filho. Bruce trabalha em um laboratório com sua ex-namorada Betty Ross (Jennifer Connelly) desenvolvendo pesquisas sobre os nanomeds, pequenas moléculas que podem curar ferias e retardar o envelhecimento. Quando um acidente no laboratório faz com que Bruce seja exposto à intensas quantidades de radiação gama, os genes mutantes inativos em Bruce despertam, fazendo com que toda vez que seu corpo demonstre sinais de raiva, ele se transforme no gigante esmeralda, Hulk.

Quando Hulk começa a deixar uma trilha de destruição por onde passa, o durão General Ross (Sam Elliott) é obrigado a tomar medidas drásticas para deter o monstro, enquanto velhos segredos de família vão sendo revelados.

No que diz respeito apenas à direção do filme, Ang Lee se sai de forma magnífica. A idéia de mostrar uma cena com vários quadrinhos mostrando a mesma situação em ângulos e personagens diferentes é simplesmente sensacional, dando a impressão de um verdadeiro gibi em movimento. A edição do filme também é perfeita, sobrepondo o plano de fundo de uma cena com o fundo da próxima cena. Os atores estão bem nos seus papéis e estão levando o trabalho bem a sério, com destaque para o protagonista Eric Bana, que retrata com habilidade o sofrimento físico e mental de Banner.



Mas ao mesmo tempo que deve se elogiar os atores pela sua seriedade nos papéis que interpretam, o problema do filme é igualmente esse. O excesso de seriedade. Não existe um momento de mais leveza no filme, ou algo que permita o espectador a sair do cinema com uma sensação boa. Isso cai bem em certos tipos de filmes, mas não numa super produção baseada em um dos mais icônicos personagens da Casa das Idéias de Stan Lee. Mas há de se elogiar as cenas de ação do filme, principalmente as que se passam no deserto.

Falando no personagem, o Hulk em si está perfeito. Bastante fluidez no movimentos, olhos bastante expressivos e boa interação com o ambiente. Mas aqueles saltos...hum... não ficaram muito legais né? E nem vou comentar do clímax absurdo do final do filme envolvendo o Hulk e David Banner...

Um filme que tinha tudo pra ser um mega sucesso da Marvel. Hulk não cumpre o que promete e deixa o espectador com um gosto amargo na boca. Uma pena mesmo.

Veja aqui o trailer do filme.

Cotação: **

No próximo post: X-Men 2

Um comentário:

  1. O roteiro desse filme acertou em colocar uma dose de humanidade no Hulk, o problema foi o diretor exagerar nisso, mostrando um filme de ação como um drama.

    Eu lembro de ter gostado de Hulk quando saiu, mas o climax no lago e os cães-hulk são de chutar o saco de pipoca!

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