Movie Comics #2 - Homem Aranha (2002)

"Quem sou eu? Quer mesmo saber? A história da minha vida não é para os fracos..."

E de fato não é mesmo. Se você está esperando um filme de super heróis tradicional, é melhor procurar os filmes antigos do Superman. O protagonista do filme em questão não veio de um planeta alienígena, nem tem milhões de dólares em sua conta, nem é bonitão, nem policial, nem é um deus nórdico. É um cara igual eu e você.

E é um dos super heróis mais amados de todos os tempos: o Homem-Aranha.




A produção de 2002 (que foi o maior sucesso de bilheteria daquele ano, batendo Star Wars ep. II e até mesmo Harry Potter e a Câmara Secreta) foi dirigida pelo ótimo cineasta Sam Raimi, até então conhecido por dirigir a trilogia de terror e comédia "The Evil Dead". Raimi convenceu os executivos da Marvel de sua paixão pelos quadrinhos originais e por todo o mito do Homem-Aranha, assim conseguindo o emprego de diretor. O roteiro original é de James Cameron, mas depois de vários retoques de inúmeros roteiristas diferentes, apenas David Koepp (de Jurassic Park) ficou com o crédito

A trama, que por sinal é fidelíssima aos quadrinhos de Stan Lee, salvo por alguns pequenos detalhes (ouvi alguém dizer teia artificial?), mostra o jovem Peter Parker (Tobey Maguire) sendo picado por uma aranha radioativa durante uma excursão escolar. A alteração no seu DNA faz com que Peter tenha sentidos amplificados, capacidade de escalar paredes, agilidade e força sobre-humanas. Mas quando uma atitude insensata de Peter faz com que o seu amado tio Ben seja assassinado numa tentativa de assalto, Peter aprende da pior forma que "um grande poder traz uma grande responsabilidade". Tomado pela culpa, Peter decide usar seus poderes para defender a cidade de Nova York, se tornando o Homem-Aranha.

O que é legal no roteiro do filme não é apenas a ação, que é muito bem executada e empolgante, apesar de alguns efeitos de CG serem muito óbvios. O roteiro não nos apresenta apenas personagens de quadrinhos, mas pessoas reais que poderia morar do lado da sua casa. Nada vem fácil na vida de Peter Parker. Ele agora precisa cuidar, da sua tia Mary (Rosemary Harris), lidar com o seu melhor amigo Harry Osborn (James Franco) que está namorando a garota dos seus sonhos, Mary Jane (Kirsten Dunst). Mas o filme não ignora os problemas do alter-ego heróico de Parker. O Homem Aranha precisa enfrentar o temido vilão Duende Verde, que nada mais é que o pai de Harry, Norman Osborn (Willem Dafoe), enlouquecido pela perda de sua empresa e por ter testado um esteróide altamente instável em si mesmo.

Não basta ter um roteiro ótimo e atores que nasceram para os seus respectivos papéis, o filme conta uma direção de arte cuja paleta de cores lembra um gibi de fato, com suas cores berrantes que dão um leve toque irreal ao filme, como se estivéssmos assistindo uma Nova York paralela à verdadeira cidade. Os efeitos são lindos, porém não muito realistas. Levando em conta que o que estamos assistindo é basicamente um gibi na telona, isso é até perdoável. E como nenhum filme é perfeito, algumas falas poderiam ter ficado de fora ("Tem um super herói na minha cola"...ooh dear) e a roupa do Duende Verde as vezes lembra um vilão saído de algum Power Rangers da vida.

Mas o que são essas pequenas falhas perto de poder finalmente ver o Homem Aranha em movimento e cores, balançando pelos prédios de Nova York salvando as pessoas, e lutando contra os vilões? Este primeiro filme é o meu favorito da série, e até hoje uma forma excelente de como se contar a origem de um super herói nas telonas.

Veja aqui o trailer original do filme. E clique aqui para ver o infame teaser trailer envolvendo as torres do World Trade Center.

Cotação: ****

No próximo post: Demolidor - O Homem sem Medo