quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Movie Comics #12 - Especial Superman

Em 1978, o mundo ainda se recuperava da criatura gigantesca que foi lançada no ano anterior chamada Star Wars. Todos os estúdios queriam ter a sua própria obra de ficção científica. Apesar das porcarias que apareceram tentando copiar, ao menos três filmes dessa safra pós Star Wars foram bem sucedidos. A Columbia produziu o belissimo Contatos Imediatos de 3º Grau, do mestre Spielberg e a Paramount realizou sua primeira grande super produção de sci-fi, lançando o injustiçado Jornada nas Estrelas - O Filme. E a Warner? Lançou Superman, que apesar de ser um filme de aventura, traz fortes traços de sci-fi nele. E é um dos filmes mais belos que eu vi em toda minha vida. Pena que os outros dois não alcançaram o nível do primeiro filme.




O primeiro Superman, de 1978, foi dirigido por Richard Donner com uma seriedade de fazer inveja a Chris Nolan. O primeiro ato do filme é de longe o meu favorito, mesmo sem a presença do Superman em si, temos a magnitude da atuação de Marlon Brando, em um papel que o marcaria tanto quanto Don Corleone ou o Coronel Kurtz. Sua atuação como Jor-El é hipnotizante e cósmica, fazendo-nos acreditar de ele é um ser avançado de outro planeta, com conhecimento muito avançado que o de qualquer ser humano. A fotografia dessa parte do filme também é linda em investir em soft-focus e em modelos, fazendo a cena ficar realista, mas ainda assim com um toque alienígena. O segundo ato do filme também é forte, mostrando o amadurecimento de Kal-El, ou melhor, Clark Kent (Jeff East jovem, Christopher Reeve adulto) em cenas que duram pouco mais de 20 minutos, mas que são bem conduzidas pelo diretor e pelo roteiro sólido que tinha em mãos. Sem contar a trilha épica e emocionante do mestre John Williams.



O terceiro ato do filme, apesar de contar com as cenas mais memoráveis do longa, também é o mais fraco, e ajuda nisso a atuação caricata de Gene Hackman como Lex Luthor, que me faz rir, mas é deslocada do resto do filme. Mas entendam, comparando com os atos anteriores, isso não chega a ser uma crítica, pois adoro os arroubos de heroísmo de Superman, que assim como o recente filme do Capitão América, mostram que certos heróis não se sentem atormentados em assumirem seus papéis de salvadores, metáfora essa que é explorada de forma sutil ao mostrar Jor-El enviando seu único filho para ser uma "luz para mostrar o caminho" para a humanidade. Troque por Jor-El por Deus, e não preciso dizer mais nada.

Superman é um dos filmes que eu mais gosto de rever, e tem um profundo valor sentimental para mim, pois graças a esse filme fui apresentado ao mundo dos super heróis através do meu avô materno, que em 2011 completa 11 anos de falecimento. (Fica aqui a deixa pra aproveitar que, vô, por onde estiver, sinto sua presença toda vez que revejo esse filme). Portanto é meio difícil para mim tentar analisar o filme puramente com uma visão crítica. É uma falha minha, admito. Mas não vou tentar consertar ela. Agora quanto à Superman II e Superman - O Retorno, o sensor crítico ficou muito mais apurado.



Em relação à Superman II, eu revi as duas versões: a versão para cinema, dirigida em partes por Richard Donner, mas também por Richard Lester; e a versão alterada, dirigida apenas por Richard Donner. A produção desse filme foi bastante complicada, pois Donner tinha mau relacionamento com os produtores e foi demitido no meio das filmagens, sendo substituído por Lester, que tinha uma inclinação a um tipo de cinema mais leve. E fiquei surpreso ao assistir a versão nova de Richard Donner e perceber que a versão tanto aguardada pelos fãs é um filme incompleto, mal finalizado e com erros grosseiros de continuidade. E olha que eu tenho olho ruim pra isso hein. A versão de Lester, apesar dos furos de roteiro e da comédia fora de lugar (algo que me faz ranger os dentes toda vez que revejo os Transformers), é um filme mais coeso, divertido e que se deixa levar pela pura aventura. E ver Superman em ação total contra os 3 vilões da Zona Fantasma sempre fará a criança que ainda existe em mim sorrir. E Terence Stamp é um vilão muito foda!



Superman - O Retorno é um filme que eu meio que não sei o que pensar até hoje. Quando eu assisti no cinema, saí com a cabeça explodindo. Achei o filme perfeito, ainda mais por ter usado a trilha sonora original de John Williams. Quando revi em DVD, senti algo faltando ali. Revendo ele em 2011, eu percebi o que faltava. ROTEIRO! O diretor Bryan Singer fez trabalhos simplesmente perfeitos nos dois primeiros X-Men, e dessa vez errou a mão em Superman Returns. Veja bem, eu curto filmes que homenageiam suas raízes. É por isso que não consigo odiar Indiana Jones 4 do jeito que o mundo quer que eu odeie. Mas até aí, recontar a mesma história do primeiro filme, usando o MESMO plano do vilão não é nada empolgante. Sem contar que o filme é um romancezinho açucarado. Porra Bátiman! O Superman não é Edward "Fada" Cullen. ELE É O FUCKING SUPER-HOMEM! Ao menos o filme compensa com cenas muito bem filmadas, e convenhamos, algumas homenagens ao filme antigo são ótimas, a começar pela trilha sonora e pela boa interpretação de Brandon Routh.

E é isso aí. Talvez esse tenha sido meu post menos crítico e mais pessoal. Mas Superman representa muita coisa na minha vida. Acho que é por isso que eu fico meio mordido quando alguém zoa dele ou tenta comparar ele negativamente com outros heróis. Batman pode ser o mais foda, o Homem-Aranha pode ser mais parecido com a gente, os Vingadores podem ser mais cool. Mas nenhum deles existiria não fosse o Superman.

E os filmes dele me fizeram crer que um homem pode voar.

(Sim, eu ignorei a existência de Superman III e IV. Porque esses dois filmes não são Cinema. São atentados. Evite a todo custo)

Clique nos links para ver os trailers de cada filme e a cotação de cada um.

Superman - O Filme *****
Superman II - A Aventura Continua ****

Superman - O Retorno ***


No próximo post: 300


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