É essa a pergunta que o protagonista Peter Parker (Tobey Maguire) faz a si mesmo, em um momento de grande angústia. Se o primeiro filme foi bem sucedido em estabelecer Parker como um herói parecido com alguém como eu e você, esta segunda incursão nas aventuras do Homem-Aranha coloca o super herói questionando o impacto da vida dupla que leva em sua rotina.
Afinal, um grande poder sempre traz uma grande responsabilidade.
Com o gênero "super herói" mais do que estabelecido em Hollywood, este Homem-Aranha 2 foi aguardado com o máximo de expectativa pelos fãs que queriam ver mais dos dilemas de Peter Parker, bem como as aventuras do Homem-Aranha. Com toda a equipe criativa e o elenco de volta, a garantia de um filme de qualidade era quase que certeza. E de fato a qualidade deste filme é inquestionável.
Pense, quantas vezes você verá de novo um filme de super herói no cinema onde a ação e os efeitos especiais dão lugar a cenas intimistas como Peter reunindo coragem para ligar para sua amada Mary Jane (Kirsten Dunst) depois de uma decepção? Ou ver o herói dando saltos incríveis apenas para espairecer a mente após saber que a mulher da sua vida se casará com o filho de seu chefe? É até possível imaginar a mente do roterista Alvin Sargent escrevendo essas cenas: "quão no fundo do poço eu posso deixar Peter Parker?". E nisso a história não falha. Peter é demitido, abandonado, vive sem dinheiro, mora em um apartamento pequeno, e sua querida tia May (Rosemary Harris) está para ser despejada da sua casa. Mencionei que além de tudo isso, o melhor amigo de Parker, Harry Osborn (James Franco), se ressente dele por achar que ele esconde informações sobre o Homem-Aranha, a quem culpa pela morte de seu pai?
Quando eu vi o filme pela primeira vez, achei-o arrastado, excessivamente melodramático, e com cenas que não davam liga entre si. Mas depois de alguma experiências que tive nos últimos meses, passei a olhar tudo com olhos diferentes. Inclusive os filmes. Peter Parker precisa passar tudo isso? Por quê? Porque se o trabalho do diretor Sam Raimi era fazer com que o espectador se identifique com o herói, ele tem que fazer que a plateia também sofra com ele. Torça por ele. E nisso, Homem-Aranha 2 há de ser um dos filmes mais recompensadores que já vi. Tudo que queremos que aconteça com Peter acontece, porque nós não somos apenas espectadores de um filme do Homem-Aranha. Somos amigos dele. Queremos vê-lo vencer na vida e conquistar o seu amor. E é isso que um amigo de verdade deseja ao outro, não é?
O filme tem cenas de ação de tirar o fôlego, e os efeitos especiais são de última geração, dando um realismo incrível não só às acrobacias do Homem-Aranha, mas aos tentáculos do vilão Dr. Octopus (Alfred Molina), que junto à excelente atuação de seu intérprete, transformam Octopus em um vilão tão ameaçador quanto trágico. Os diálogos dessa vez estão bem melhores, e Nova York parece mais realista, apesar de Sam Raimi usar uma paleta de cores quentes que realçam o tom de história em quadrinhos do filme.
Homem-Aranha 2 é um filme extremamente humano, e prova que apesar do protagonista ter super poderes magníficos, no fundo ele é uma pessoa comum, que batalha pra pagar as contas e conquistar o seu amor. Não é isso que todos nós queremos, afinal?
Veja aqui o trailer do filme
Cotação: *****
No próximo post: Constantine
Acho que Homem Aranha 2 é muito melhor do que o primeiro. Claro que ver a origem do personagem é fascinante, mas octupos sempre foi meu vilão preferido, então AMEI o filme.
ResponderExcluirSeguro e perfeito como continuação direta do 1º, cenas de ação magníficas e história firme. Nota 10, 12, 14... etc!